Você não chegou aqui por acaso. O acaso tem sua própria lei.
Falta e desejo andam lado a lado e a Psicanartes nasce como uma resposta ao desejo de criar e utilizar artigos de organização e escrita, a partir da relação com a Psicanálise. Para além disso, a arte cumpre uma função importante de sustentação psíquica e organização em torno do vazio. Nesta direção a loja online origina-se com a proposição genuína de compartilhar afetos, criatividade, encantamento e inspiração ao cotidiano das pessoas que escolhem se relacionar com a Psicanálise.
Como artista, dentre outras coisas, quero deixar minha marca no mundo, e com peças funcionais criadas cuidadosamente e detalhadamente à mão, quero proporcionar bons encontros, afetos, memórias e sorrisos de maneira que os itens encontrados aqui possam acompanhar o percurso e o projeto de vida de cada pessoa.
Por ser uma criação manual o tempo de produção tende a diferenciar-se da escala industrial - muito dedicada ao volume de consumo. Essa não é uma preocupação da loja e, portanto, pela originalidade característica da marca, a Psicanartes respeita o tempo da inspiração e criação atentando-se aos pormenores de cada fase. O resultado oriundo deste cuidado são itens funcionais, diferenciados, cheios de arte e detalhes que encantam, despertam afetos, inspiram e falam sobre a paixão pela Psicanálise.
É uma imensa alegria ver os artigos da marca em reuniões de equipes, grupos de estudos, encontros, seminários e congressos, na mão de um professor ou de um aluno. Vê-los ser uma ponte entre duas pessoas que se presenteiam e saber que neles poderão ser contadas as histórias que as pessoas desejarem contar.
Percebe? Não é só um caderno, um bloco de anotações, um marcador de páginas ou uma caneca. É uma parte da minha criação caminhando diariamente com seus desejos e seu percurso. Porque é isso que acredito: o sujeito precisa e deve realmente fazer aquilo que o faz pulsar, e só passei a apostar que é possível quando consegui despertar e construir um caminho em direção ao desejo.
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SOBRE A ARTISTA
Já ensaiei escrever sobre mim aqui muitas vezes. E todas as vezes que leio, a sensação é que quero mudar algo. A gente vai se transformando. Pra chegar aqui foi preciso circular entre as fendas da minha vivência. Cairam algumas certezas e ficaram restos. Algo está sempre prestes a mudar em mim e os novos acontecimentos vão ganhando novos sentidos. Essas novas experiências vão dando contorno a como estou: sempre em movimento.
O apreço pela arte remonta minhas lembranças infantis. Nasci em uma família torta, simples e cheia desses sonhos que encostam na gente. Meu irmão foi quem me apresentou as pinturas, esculturas, a música, a poesia e os instrumentos musicais que eu vou desejar aprender a tocar lá na adolescência. Meu pai trabalhava criando peças em metal e foi quem me inspirou a encontrar saídas criativas ao longo da vida. Ele se foi cedo. Meu segundo pai - que chegou mais tarde - pintava quadros e tinha uma biblioteca cheia de livros. Isso foi o que me contaram sobre ele.
Já minha mãe mostrava como era costurar, bordar e ser caprichosa nas peças que fazia. E lá estava eu ao seu lado criando as peças das minhas bonecas para que estivessem prontas para as aulas que eu daria no quintal de casa.
Aparentemente cresci e depois de alguns anos sendo o objeto de uma engrenagem em uma cadeia de produção selvagem e sem sentido em uma empresa multinacional de energia renovável, escolhi seguir meu desejo. Coloquei todos os meus afetos dentro de uma caixa, tirei tudo o que não fazia mais sentido e a chamei de Psicanartes.
Sou psicóloga de formação e psicanalista. Atuo e sempre estou às voltas com a saúde mental pública, mas a arte chegou antes disso tudo. Veio com a Nave dos Loucos de lugar nenhum para Um Lugar.
Às vezes a gente está rio quando na verdade somos um oceano inteiro e até chegar oceano, se é que chega, há um caminho que se escolhe percorrer. Acho que eu estou aí: fazendo meu caminho e escolhendo saber-fazer. Talvez por isso, sempre que retorno aqui, quero re-escrever outras coisas, incluir outros passos.
Por ora, acho que está interminado.
Agradeço por vir aqui me conhecer. Temos muita coisa em comum.
Gilma
"A arte é um certo modo de organização em torno do vazio" Jacques Lacan |